15 dezembro, 2012

Resenha de "Entre o Amor e a Paixão"

Título Original: Take this Waltz
Data de Lançamento: 7 de dezembro de 2012
Gênero: Comédia Dramática
Duração: 116 min
Diretor e Roteirista: Sarah Polley
Fotografia: Luc Montpellier
Música: Jonathan Goldsmith
Elenco: Michelle Williams, Seth Rogen, Sarah Silverman, Luke Rogan
Produtor: Susan Cavan, Sarah Polley
Produção: The Harold Greenberg Fund
Sinopse: Margot tem 28 anos e vive um casamento feliz com Lou, um amável escritor de livros de culinária. Ela então conhece Daniel, um artista que mora do outro lado da rua, e as certezas sobre a sua vida doméstica se desfazem.

Sinceridade? Uma palavra poderia definir esse filme: monótono.
Sei que serei linchada por isso, pois várias outras resenhas desse mesmo filme pela web dizem exatamente o contrário, mas sigam meu raciocínio até o final antes da "humilhação em praça pública" (piada interna para quem viu o filme hehe uma cena logo do início é a representação atual de uma punição medieval em um parque temático).

Vamos começar pela história.
Margot (Michelle Williams) é uma escritora freelancer e se interessa a primeira vista por Daniel (Luke Kirby) em uma viagem a trabalho, sendo, porém, casada com Lou (Seth Rogen). O problema é quando, na viagem de volta, Margot descobre que Daniel é ninguém menos do que seu novo vizinho, complicando um pouco a situação.

Casada há 5 anos, a vida do casal já entrou na rotina; não é, porém, infeliz.  São amigos e se amam, mas o fogo da paixão já sumiu faz muito tempo e isso faz falta para Margot, quer dizer, ela anseia por algo novo.  Não consegue, contudo, definir que "algo novo" é esse, ou o que a incomoda na própria vida.  O casal começa a ver, portanto, o relacionamento deteriorando-se não se sabe como nem porque, nem o que fazer para impedir.

Os encontros com Daniel, premeditados por ambos (que começam a seguir um ao outro), renovam um nervosismo antigo sentido por Margot e consumam o início de uma paixão, cheia de promessas e sonhos.  Assim, o nome do filme em português, apesar de não tão poético como "Aceite essa valsa" (Take this waltz), define exatamente o conflito interno da protagonista.

Não define porém o que, na minha visão, é o real problema dela.  O longa é repleto de falas-metáforas sobre o próprio filme, como por exemplo:

"Eu me lembro quando minha sobrinha, Tony, era recém-nascida.  Eu tomava conta dela algumas vezes e ela chorava, como bebês fazem.  Nove vezes de dez eu conseguia resolver o problema, mas... algumas vezes, quando estou andando pela estrada e um raio de luz do sol incide de uma certa maneira na estrada eu simplesmente quero chorar.  E um segundo depois, acabou. E eu decido, porque sou uma adulta, a não sucumbir a melancolia momentânea.  Acontece o mesmo as vezes com Tony.  Ela somente teve um momento assim.  Um momento que, sem saber como, ou por que, ela só se deixa levar.  e não havia ninguém que pudesse fazer ela se sentir melhor - era só ela, e o fato dela estar viva, colidindo."

Ao que Daniel responde:

"Ou talvez você não tenha simplesmente descoberto o que é."

Em ambas, Margot tenta expressar a incapacidade de entender porque não está satisfeita com a própria vida.  Está inquieta e impaciente. Incompleta.

É essa a questão, o que falta, na verdade, não é uma nova "paixão", o marido poderia ser tanto Lou, como Daniel que o resultado seria o mesmo; o que ela precisa é aquilo que todos os seres humanos buscam, um sentido para a própria vida, esse algo mais que as vezes falta.

Geraldine (Sarah Silverman) - a irmã alcoólatra, mas já em reabilitação, grande amiga de Margot - diz em certo momento do filme justamente isso para a protagonista, comparando sua fuga pela bebida a tentativa da outra de completar a própria vida com algo como Daniel.

O filme, dessa forma, cumpriu ao que se propôs, quer dizer, estabeleceu uma história mais próxima do real de muita gente por aí, transparecendo a inquietude e a monotonia do cotidiano de Margot.  As filmagens paradas, as músicas lentas e depressivas, os momentos de solidão constroem perfeitamente a chatice da vida da outra. Tornam o longa, entretanto, chato a vera também!

No meio do filme eu já não ligava mais de Margot ia querer ficar com Lou ou com Daniel, ou ia descobrir que sua vocação era ser astronauta e ir pra NASA, tudo o que eu queria é que aquilo chegasse ao fim.  Eu sou super adepta de filmes não-Hollywoodianos, mas cenas de 5 minutos mostrando Lou cozinhando e Margot olhando o nada repetidas vezes me fizeram considerar a possibilidade de sair da sala.

Além disso, Margot é uma personagem muuuuuito irritante.  O nível de indecisão dela supera até o meu e torna ela tão inconclusiva e agoniante que te dá vontade de entrar no filme e chacoalhar ela pelos ombros gritando "ACORDA MULHER! ESCOLHE, DROGA!". 

Ao mesmo tempo, a relação dela e do marido, apesar de fofinha, tem umas brincadeiras tão esquisitas... Por exemplo, os dois gostam de falar o que de horrível fariam com o outro e aquele que falar o que faria de mais terrível não só ganha a brincadeira como seria aquele que "ama mais".
Assim eles passam incontáveis cenas dizendo um pro outro coisas do tipo:

"Eu te amo tanto que estupraria você com duas tesouras fazendo vocês sangrar até morrer."

E eu juro que não inventei essa fala.  Ela existe mesmo.
Assustador, não? 

Aqui vai o trailer:


O trailer é bem legal, né? hahaha bem animado e com, na minha opinião, a melhor fala do longa (aquela que transcrevi), mas enfim.. ahhaha

Em suma, não importa o quanto a crítica fale bem desse filme, ele pode até ter passado o que ele queria passar, mas não me fez ter vontade alguma de refletir, só de dormir, então para mim não foi uma boa obra nem provocou a reação esperada.
Não recomendo, mas tem muita gente renomada por aí recomendando, logo você pode acabar gostando!
Bjkss Pimpa ;)

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